sexta-feira, 25 de setembro de 2009

São Guilherme de Maleval, Eremita

São Guilherme de Maleval, Eremita
Comemoração litúrgica: 10 de fevereiro. Também nesta data: Santa Escolástica; Santa Silvana

A França foi a terra natal deste santo. Nenhum conhecimento se tem acêrca de sua família e infância. É opinião de muitos que São Guilherme pertenceu a classe militar e na mocidade não teve uma vida muito de acordo com as leis da moral cristã. A primeira notícia que de sua biografia temos, é referente a uma peregrinação do Santo a Roma, com intuito de fazer penitência. Prostrado aos pés do Santo Padre o Papa Eugênio III, pediu perdão dos pecados, e recebeu como penitência a obrigação de visitar a Terra Santa. Era comum, naquele tempo, que a grandes pecadores se impusessem penitências desta natureza. Guilherme, em cumprimento da ordem recebida, foi a Jerusalém, e lá ficou durante o espaço de oito anos, fazendo obras de penitência e de piedade. De volta para a Europa, viu-se obrigado a dirigir um convento em Pisa. Tão pouco, porém, lhe agradou a maneira como procediam os monges, que se exonerou do cargo de superior e saiu daquele mosteiro. Numa outra casa religiosa, no monte Pruno, para onde dirigiu os passos, as coisas não eram de outra cor, reinando grande relaxamento na disciplina monástica.
Assim desiludido, tomou a resolução de viver sozinho e para este fim procurou um lugar solitário, um vale perto de Siena, chamado Stabulum Rhodis, nome que em seguida foi transformado para Malevale ou Maleval.
O lugar era inóspito. Todos tinham horror ao Maleval. Guilherme meteu-se naquele ermo horrível, vivia em companhia de animais ferozes e se alimentava de ervas e raízes. Um ano depois, no dia dos Reis, associou-se-lhe um jovem, de nome Alberto, que viveu depois em sua companhia, durante treze meses, isto é, até a morte de Guilherme, e a quem devemos as particularidades da vida deste santo homem.
São Guilherme não falava nunca de si, a não ser como um pecador desprezível, que merecia de Deus os maiores castigos. Da convicção de ser grande pecador vinha o afã de entregar-se a práticas as mais duras de penitência. Servia-lhe de leito o chão, e seu alimento era o mais pobre possível.
De Deus recebeu o dom da profecia e o de fazer muitos milagres. Sentindo a morte aproximar-se, pediu que lhe dessem os santos Sacramentos, os quais recebeu das mãos de um sacerdote de Chatilon.
Alberto e mais um outro companheiro, o médico Reynaldo, que pouco antes da morte do santo se lhe tinha associado, enterraram o corpo do mestre num pequeno jardim e continuaram a vida de eremitas, observando as regras que de Guilherme haviam recebido. Outras pessoas os procuraram, pedindo ser admitidos na pequena comunidade. Assim foi crescendo a nova Ordem que, sob o nome de Ordem dos Guilhermistas, se ramificou na França, na Itália, na Alemanha e na Holanda.
A Ordem dos Guilhermistas teve a aprovação de Gregório IX, o qual lhe deu a regra de São Bento.
Reflexões:
São Guilherme fez uma romaria à Terra Santa, não por vaidade e curiosidade, ou por outros motivos menos elevados, mas unicamente com espírito de piedade e penitência, e para se estimular ainda mais no amor de Jesus Cristo e aprofundar-se no grande mistério da Sagrada Paixão e Morte. Oito anos ficou na Palestina, levando uma vida da mais austera penitência. O exemplo de São Guilherme não é isolado na história. Muitos santos, como ele, procuravam os Santos Lugares. A visita dos Lugares onde Nosso Senhor viveu, ensinou, sofreu e morreu, impressionou-os tão vivamente, que se resolveram a ficar na Palestina e lá, à imitação do Filho de Deus, levar uma vida de sacrifícios, de penitência e oração.
É injusto e tolo, próprio de espíritos acanhados, criticar e censurar pessoas que, impelidas pelo sentimento de piedade ou por uma necessidade espiritual, empreendem longas e penosas viagens para visitarem um Santuário ou a própria Terra Santa. Qualificar de superstição e hipocrisia tais práticas de piedade e penitência pode ser ignorância, se não for maldade ou impiedade.
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