terça-feira, 8 de novembro de 2011

São Boaventura


São Boaventura

Nasceu como Giovanni de Fidanza e a lenda diz que São Francisco de Assis o curou milagrosamente de uma doença perigosa na juventude e exclamou: " Ó buena ventura" e assim seu nome mudou para Boaventura.
Um contemporâneo de São Thomas de Aquino, de São Alberto o grande, ele foi para a Universidade de Paris com 14 anos. Lá estudou teologia sob o grande professor franciscano Alexandre Hales e talvez tenha sido influenciado a entrar a Ordem dos Franciscanos com 20 anos.

Lá pelos anos 1248 formou-se Bacharel em Teologia, e Bacharel em Escrituras. Dois anos mais tarde ele tornou-se Mestre em Teologia e foi indicado Catedrático dos Frades Menores. Ele ensinou teologia e escrituras, e pregou em Paris de 1248 a 1255, concentrado na elucidação de alguns problemas que exercitava as mentes dos estudiosos da época.

Seu ensinamentos eram cercados de oposição por alguns professores seculares, que ficavam ciumentos do sucesso do novo frade e ainda mais incomodado pela vida austera que ele levava.
Aparentemente o desprezo que eles tinham pelos franciscanos, levou a universidade a demorar emitir o diploma de Doutorado em Teologia, mas isto não deixou Boaventura nem abalado e nem chateado porque ele tinha uma mente elevada. Com Tomas de Aquino ele defendeu os frades contra os seus oponentes.
Quando o líder secular Willian de Santo Aurmour escreveu "Os perigos dos últimos tempos ", Boaventura respondeu publicando "Preocupado com a pobreza de Cristo" um tratado da santa pobreza.

O Papa Alexandre IV denunciou Willian e ordenou o término dos ataques aos frades mendicantes. Assim a ordem dos mendicantes foi re-estabelecida em Paris, e São Boaventura e Santo Tomas de Aquino receberam em 1257 seus doutorados em teologia.

Naquele mesmo ano, quando tinha apenas 36 anos Boaventura foi eleito Ministro Geral dos Franciscanos. Nesta posição ele se defrontou com uma tarefa difícil, porque ele pensava que São Francisco de Assis havia estabelecido um ideal incomparável para a Ordem, mas a sua organização era fraca e desde a sua morte, um grande número de diferentes grupos haviam surgido.

No seu quartel general em Narbone, em 1260 São Boaventura desenvolveu um jogo de regras que se tornou a Constituição da Ordem, por isto é que ele é chamado de "o segundo fundador dos franciscanos".
Alguns o acusam de ter enfraquecido o espirito de São Francisco : A "Vida" que ele escreveu de si próprio, de modo a promover a unidade dos irmãos franciscanos é acurada mas incompleta. Ele modificou o Regra da Ordem que proibia os franciscanos de receber dinheiro e ter suas próprias propriedades.
A severa interpretação da espiritualidade de São Francisco de Assis valorizava a pobreza acima de tudo, inclusive do aprendizado, mas Boaventura aprovada primeiro o estudo e a necessidade da Ordem em possuir livros e casas para conventos e monastérios. Os monges deveriam ensinar e estudar nas universidades para terem condições de pregar e serem guias espirituais para compensar os clérigos pouco educados que haviam na época.

Em aditamento aos seus trabalhos de teologia e filosofia Boaventura deixou tratado de ascéticos, alguns dos quais foram traduzidos para o inglês por ele próprio, inclusive a "Jornada das almas para Deus".
Entre os seus trabalhos estão: "Comentários das sentenças de São Pedro"(que cobre um amplo campo da teologia escolástica) Os trabalhos místicos de Breviloquium , o "Itinerarium mentis ad Deum" ," De reductione artium theologium" , a "Perfeição da Vida" (escrito para a Beata Isabel, irmã de São Luís IX e seu Convento das Clarissas Pobres) "Soliloquy", vários comentários bíblicos de sermões.

Escreveu ainda sobre a Virgem Maria:
"Se o meu Redentor , por causa de meus pecados, me mandasse para longe de si, lançar-me-ia aos pés de Maria,e, aí prostrado , não me levantaria sem que ela me tivesse alcançado o perdão".

No ano seguinte, o Papa Gregório o chamou para escrever a agenda do 14° Concílio Geral em Lyon e para discutir a reunião de Roma com as Igrejas do Leste. Santo Tomas de Aquino morreu a caminho do Concilio. São Boaventura foi a figura mestre e conseguiu o sucesso do Concílio e com isto ele tambem escreveu o último capítulo das Regra da Ordem entre a terceira e a quarta sessão. São Boaventura veio a falecer enquanto o Concilio de Lyon ainda estava em sessão e foi enterrado em Lyon.
A reputação de São Boaventura é baseada na sua bondade pessoal, seu notável conhecimento e brilhante raciocínio como teólogo. Alguns julgam que ele estaria "iluminado" pelo Espirito Santo.

"Com ele parece que até Adão não havia pecado" escreveu Alexandre de Hales, e quando ele morreu a "Ata Oficial do Concilio" diz: " Nesta manhã morreu o irmão Boaventura de famosa memória, homem de notável santidade, bondade, homem piedoso, afável, misericordioso, e repleto de virtudes e amor ao Deus e ao homem... Deus deu a ele a graça de que todas as pessoas que com ele convivesse, o respeitava e o amava".

Embora São Boaventura e Santo Tomas de Aquino fossem amigos por uma vida, os dois homens se opunham em certas questões como o neo-aristotelismo, que estava sendo introduzido na teologia por Aquino. São Boaventura temia que como resultado, a filosofia fosse elevada acima da teologia e que a razão ficasse mais importante que a revelação.

Dizia São Boaventura "um pobre e velho homem pode amar a Deus mais que um Doutor em Teologia".

Mas a síntese que Santo Tomas de Aquino fez da teologia não teve o efeito desastroso temido por São Boaventura e Santo Tomas se alinhou com os grandes pensadores da Igreja, como Santo Agostinho e enfatizou a supremacia da graça e seguiu os passos do fundador da Ordem.

São Boaventura foi canonizado em 1482 e declarado Doutor da Igreja em 1588.

Na arte litúrgica da Igreja, São Boaventura é mostrado: 1)como um Cardeal com o hábito franciscano lendo ou escrevendo um livro; 2) as vezes com a Arvore da Vida–Jesus crucificado em uma árvore-3) com o crucifixo, 4) com um anjo ouvindo suas preces; 5) na livraria com Santo Tomas de Aquino 6) na pintura do grande Francisco Zuburban ele está presidindo o Consilho de Lyon e 7) com o Papa e o Imperador presentes ao seu funeral.

Sua festa é celebrada no dia 15 de julho.

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